sábado, 11 de julho de 2009

Estradas e caminhos

A estrada na qual colocamos nossos pés nem sempre é retinha e fácil de se caminhar. Curvas fechadas, sinuosidade excessiva, buracos, obstáculos... tantas coisas no caminho. Mas nem só de coisas ruins nosso caminho está repleto.
Prestamos muita atenção nos deslizes, nas imperfeições e esquecemos que ao longo dessa mesma estrada existem coisas lindas, como flores nos canteiros á colorir a paisagem.Sei que em muitos momentos nos sentimos angustiados, perdidos, zonzos de tudo tal como me senti dentro do carro ao andar por esta estrada que se situa em uma serra. Nos atemos muito ao lado negativo, de modo que não conseguimos reconhecer que mesmo entre as maiores dificuldades que enfrentamos, existem coisas belas, que muitas vezes nossos olhos não conseguem captar por estarem treinados a só verem e alimentarem o lado ruim das coisas.

sexta-feira, 3 de julho de 2009



Algumas frases de Gandhi que me fazem parar para pensar, refletindo e dando sentido á elas de acordo com meu entendimento.

''A verdade é dura como diamante e delicada como a flor de pessegueiro.''

A verdade para quem a pronuncia e para quem recebe pode ser durissima. A verdade talvez seja o amor. É dificil amar e dificil ser amado. É duro amar e é duro receber amor. Quanto orgulho, quanta coisa temos que deixar de lado para amarmos algo? A vontade de dominar o outro, de que o outro realize meus sonhos e desejos, que seja um objeto para mim, tudo isso é dificilimo de abandonar. Mas o amor é algo delicadissimo como a flor de pessegueiro, por isso:

''O amor é a força mais sutil do mundo.''

Sendo o amor a força mais sutil e sendo ele tão delicado ao mesmo tempo que é dificil de realizá-lo dentro de nós, ele não pode pertencer ao nosso arcaico ego. A palavra pertencer está tão para o ego quando a palavra dom está para a alma. O ego quer que tudo lhe pertença. A alma deseja tudo a que a engrandeça verticalmente, refletindo horizontalmente na sua atuação no mundo e na distribuição da luz que recebe, tal como o Senhor José M. me ensinou no meio da rua outro dia a distribuir as luzes do Espirito Santo para todos os humanos.

''Orar, nao é pedir! Orar, é a respiração da Alma!''

Sendo produto da alma, ou seja, daquilo que nos anima, no sentido de impulsionar a vida, o amor como já dito não pertence ao ego. De tal maneira que quando oramos confundimos os desejos do ego com os da alma. A vida, a luz em nós respira através da luz que recebemos ao orar, impulsionando o ser humano ás alturas de forma qualitativa. O ego arcaico, velho, quer tudo para si, e faz dos momentos misticos uma sessão de pedidos voltados apenas para ele proprio. Orar é levar oxigenio na forma de luz para a alma que se dirige a ela, elevando-a qualitativamente na parte vertical. Pedir é querer apenas beneicios proprios quantitativamente, rebaixando-se ao nivel horizontal. A libertação vem de cima. Deus ou seja lá como voce chama a entidade creadora (Rohden diferencia crear de criar) de tudo, sae exatamente das suas necessidades horizontais.

''Não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Que havemos de beber? [...] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo'' (Mt 6, 31-33)

Ele sabe das coisas antes mesmo que pronunciemos qualquer palavra. Busque o Reino de Deus que as necessidades serão supridas. Mas essas necessidades no meu entendimento não estão ligadas á carros luxuosos ou mansões. Podem até estar dependendo do caso, mas creio que as necessidades espirituais são plenamente satisfeitas quando percebemos que somos maiores que nosso pequeno ego antigo. Somos mais que nosso campo horizontal desse mundo caótico do quero-quero-mais-mais. Precisamos entrar no mundo qualitativo do Reino de Deus no qual nao existe quero-quero-mais-mais. Existe a gratidão por tudo o que recebo compartilhando com os irmãos o dom de amar, tão dificil de se realizar, mas pelos pequenos vislumbres que tive sobre esse dom tão especial em minha experiencia, confesso que é algo que voce sente, simplesmente sente que uma força te ultrapassa e irradia para os outros e os outros para ti. É algo meio que inefável.


Consultei:

http://blog.cancaonova.com/fatimahoje/2008/05/26/nao-vos-preocupeis-tanto-com-a-vossa-vida/

http://www.pensador.info/p/gandhi/4/

Bahá'u'lláh



''O mundo é apenas uma peça de teatro; é vão e vazio, simplesmente nada, uma simulação da realidade. Não lhe dediqueis vossa afeição. Não rompais o laço que vos une com vosso Criador e não sejais dos que erraram e se desviaram de Seus caminhos. Em verdade, digo, o mundo é como o vapor no deserto, que o sedento imagina ser água e se empenha, com todas as suas forças em alcançar, até que ao fazê-lo verifica ser apenas uma ilusão...''

http://www.bahai.org.br/nsabr/Intrpens.asp

Convivendo com o que me é diferente



Rohden já dizia que masculino não é o contrario de feminino, pois se o fossem se destruiriam, posto que contrarios se destroem. As polaridades seriam antes de tudo complementares. Complementariedade não é destrutividade. A nao ser quando o casal tem objetivos diferentes em relaçao ao que querem no relacionamento, ai passam a destruir a convivencia pois para realizar sua vontade precisa abafar a do outro. Bem. Vivemos em um mundo em que reina a diversidade. Diversidade que cada vez mais é combatida pela globalização que tenta uniformizar principalmente gostos e produtos tendo como reflexo aumento de consumo. A padronização frente á onda das nacionalizações por exemplo em termos macrológicos. Fazemos o mesmo nas nossas relações cotidianas. Queremos catequisar os outros mas ao menor sinal de que o outro resiste ficamos de cara fechada e brigamos com eles.
O diferente nos assusta, por isso tentamos padroniza-lo. É assim por exemplo quando estamos em contato com pessoas que teóricamente possuem algum disturbio mental. Lembro das vezes que visitei um centro de apoio psicossocial e como eu tentava criar jogos ou situações que diminuessem meu medo perante eles. Eu neurótico da Silva querendo organizar a situação que me amedrontava tanto, tendo em vista a desorganização que estes usuarios aprensentam no sentido psiquico. Parece que boa parte de nós seres humanos tentamos smepre moldar os outros á imagem e semelhança nossa. E ai deixamos de sermos complementares para adquirirmos carater contrário e por consequencia destrutivo do que nos é diferente. Sejamos então mais abertos, menos preoccupados em moldar os outros, percebendo que o novo e o diferente assuta mesmo, pois de certa forma nos desorganiza. Deixamos os outros serem como são, ou como parecem que são, pois sabemos que assumimos milhoes de papeis durante a vida e sejamos complementares. Se minha namorada é impaciente, ao invés de repreende-la passo a falar com ela de forma calma explicando que naquele momento não é possivel realziar o que ela espera por exemplo. Ao impaciente mostro a paciencia, a calma amorosa que ao invés de destruir, confrontrar e consequentemente arranhar a relação, apenas mostra para aquela pessoa um outro modo de agir, de ser, que neutraliza uma possivel reação mais agressiva da pessoa impaciente. Um modo de ser e agir que vai ao encontro, que complementa as necessidades daquela pessoa em ser mais paciente por exemplo.
Complementar ao invés de confrontrar, destruir, ofender. Complementar é ajudar o próximo e a si mesmo, pois o próximo também passa a agir como um ser que nos complementa.